segunda-feira, 28 de maio de 2012

Da unidade...




queria cantar como os outros cantam melodias d'amor
mas num sobejo exagerado, findo meu gesto
e perco-me em palavras óbvias
e perdendo-me, alheia à felicidade, há um brado...
que grito é este preso às entranhas
onde amarga o mundo do meu-eu?

então serei eu mesma incompreensivelmente
serei eu onde nenhum outro braço alcança,
até ser apagada dessas odes atemporais...
viver nada é mais que este grito
e há  nele e por ele
enquanto há o riso
enquanto houverem lágrimas,
enquanto há um esboço,
enquanto meço os versos...

É o grito de amor mais inconstante e vago
beira a não-sei-onde do precipício do ser...
assim,
me vejo louca,
me sinto pouca...
mas o brado silencioso confunde os segundos
faz de minh'alma clara
e de mim, em tão grosso instante, alguém.

Alguém...
nem eu mesmo sei quem é...