sexta-feira, 4 de março de 2011

Esperança...


Quando estou só
E o choro parece querer chegar
E um sentimento de temor
Como será o amanhã que eu não vejo
E quer me assustar?
Oh, meu Deus! Ajuda-me a confiar

Quando os sonhos se frustram
Ou parecem não se realizar
Quando as forças se acabam
Tudo o que eu sei é Te adorar

Quando as feridas
Do meu coração não querem sarar
E me atrapalham a visão
Tuas promessas são tão grandes
E as lutas querem me esmagar
Oh, meu Deus! Ajuda-me a avançar

Quando os sonhos se frustram
Ou parecem não se realizar
Quando as forças se acabam
Tudo o que eu sei é Te adorar

Tua presença me aquieta a alma
E me faz ninar
Como um bebê que não precisa se preocupar
A minha vida escondida em tuas mãos está
Oh, meu Deus! Em Ti eu posso descansar

A esperança renasce
E a certeza de que perto estás
Tua paz me invade...
Pois tudo o que eu sei é TE adorar!

(Ana Paula Valadão)



quinta-feira, 3 de março de 2011

Espectro de mim...



espectros...
quem sou, se me perdi há tempos?
nem em meus sonhos cinzentos, moro ou durmo
jamais...
povoam-me sombras d'um destino previsível...
onde?
Para quando?
Se nem mesmo ao tempo confio meus segredos...
se n'um cálice de absinto, sangro lenta e dolorosamente
enquanto tento ser, em vão,
senão outra,
pouco provável de mim...
desenhada por amargos pseudônimos...

Últimos versos...



                                                                                a Rodrigo Soares Resena




ainda, tua imagem desgraçada no espelho 
ainda, teu perfume sangrando em meu travesseiro
ainda, teu nome nas páginas dos meus livros
ainda, teu desamor preso dentro do meu grito


de miséria, 
da humilhação póstuma 
da profunda insanidade
o que sobrou de nós
ou pedaços de mim, ao chão
senão em grifos
ora nos muros ora no céu cinzento e morno...


tua face em meus sonhos
e tuas mãos, último lastro, nas minhas
dizendo um adeus silenciosamente perturbado...


ainda, em meu peito o soluço da derradeira lágrima
e, nas rosas plantadas,
uma oração errante 
uma prece de pouca sorte...


pois se já não há caminhos,
que não hajam os ventos, luz celeste
que em mim, tudo o que tinhas morreu
em um único e impreciso gesto...


meu Amor, de dor profunda,
durma em paz pouco acolhida
só em meus sonhos e
                                  n'outro lugar, jamais!