segunda-feira, 15 de julho de 2013

A Narciso...


É difícil olhar no espelho e não ver além do que seus olhos enxergavam em mim...
É horrível olhar para os lados e em cada um deles sentir  um vazio extasiante e pavoroso...
Suas palavras, seus gestos se perderam num tempo em que não contive em minhas mãos...
O desejo de inexistir para não sentir mais do que eu mesma posso suportar...
Em cada reticência minha vida finda
Em cada sopro do vento
A cada instante perdido n’alguma estrada por onde passei sozinha
Eu ando sozinha e não há pôr do sol
Não há entardecer sem lágrimas
Não há vida, por mais exata, que preencha
Houve um começo e o fim será eterno
Porque de mim, restou apenas o que minha íris gravou
Seu sorriso e suas últimas súplicas
“Não há quem vá te amar mais do que eu”
Rasgam-se as linhas, borram-se as palavras, consubstancia-se a existência
O véu, a orla marítima
Seus beijos e suas mãos
O que ficou e Deus colheu para uma eternidade que fará sangrar até meus últimos dias...
Nem, sequer, há mais vida...
Senão a esperança do quê?
Das minhas preces agudas que não podem mais serem ouvidas...
Uma noite destas acordei dos meus sonhos adornados por você e senti
Em minhas mãos as mãos de algum anjo...
Deus ainda segura-me num mundo de lamentos
Porque nem Ele mesmo pode mudar um destino que eu colhi para mim mesma...
Sua ausência é como o absinto que percorre as veias
Faz-me sentir, por segundos, amada...
Ao amanhecer, o nada!
Ao amanhecer, o silêncio da min’alma...
Mas nem o amanhecer me poupa e só a escuridão ainda permanece
No pouco, no  muito e no infinito que só consome o que restou do meu coração...
Era você e hoje é o que eu já não entendo...
Meus sonhos e eu...
À espera à beira no precipício...
À espera da misericórdia do meu Deus...
Nem Amor que cure, nem ferida que cicatrize...
Só a culpa
Inscreva-a, então, em meu epitáfio...
Inscreva-a em minha carne enquanto há neste mundo minhas lágrimas
Pois até elas são suas...
Tome-as em suas mãos e permaneça em silêncio...
Prefiro continuar vivendo das minhas mentiras, da minha falta de lucidez
Do pouco que você deixou
Do muito que ainda consome meus dias e minhas noites!
No espelho...

Você, Narciso e ninguém mais!

terça-feira, 25 de junho de 2013

Anjos


Talvez eu apenas tivesse visto em você tudo aquilo que eu queria ser, mais um espelho dos meus anseios, desejos e perdições. Não nasci para templos humanos, vôo em nuvens mais altas, quase infinitas e cheias de uma graça muito incomum a todos os mortais. Digo, quase todos! Pois me perco em palavras, para não dizer que, exatamente, teus olhos tem sido diversos dos outros. Teu sorriso, um capricho. Quase, por segundos, me encontro e me perco nele, nos gestos, nas suas pequenas maneiras de rir e tocar. Foi efêmero, secreto e voraz. Coisas desse tipo exercem fascínio e pavor constantes, exagerados. Por isso, às cinco da manhã, vendo um céu estrelado desmanchar no sol nascente, abraço o que você deixou em mim. Tudo e Nada! Os beijos, alguns carinhos, o cheiro, as sombras das mãos, ainda, sempre! Não amei a quase ninguém e despretenciosamente, mesmo, amei a tanta gente! Mas entre estes olhares que passaram, apenas um qual o seu. Mas entre seus beijos, palmo a palmo, lado a lado estão os dele. Não sei o porquê, ando tanto me perguntando, insistindo com Deus. Talvez o segredo é que eu tivesse que ser homem para me precipitar ao medo e entender este lado que diz tudo mesmo estando em silêncio. Sim! Se eu fosse um “ele”, mesmo sendo eu, tudo seria mais fácil. Para meus desejos e preces. Teria sido o Amor da vida dele, talvez, fosse agora também o seu. Mas propositalmente Deus quis-me fêmea e incomum. Embora a alma diga o contrário do que o corpo congrega. Descubro, neste momento, instantaneamente, uma alma masculina, forte e infinita. Descubro o que há tanto havia em mim e você possa ter despertado tão ferozmente. Sou homem inteiro e intacto n’alma. Por isso minha mãe quis amar-me pouco. Nem ela mesma pôde enxergar em mim o filho que tanto desejou e não veio. Mas sou, então, eu mesmo. Eu mesma em mim mesmo. Um paradoxo delirante entre traços delicados e bruteza crua. Minhas odes angelicais, os olhos de boneca, os lábios rosa, amenos, as mãos pequenas contrastam tanto com o que verdadeiramente reside em mim! Por isso, Amei ele, talvez, esteja Amando você. Digo talvez, porque de Amor, embora precise, pouco entendo. E nesta madrugada que se finda para mais um dia qualquer, posso ver através do que as coisas, os lugares e os corpos se fazem e passo a crer na alma de tudo o que vive neste mundo. Nada é o que parece ser, tudo é aquilo que segrega em si mesmo medos, lembranças e marcas do tempo. Interessante! Vim aqui, exatamente, escrever para você, mas terminei n’algumas linhas escrevendo para mim mesma(o). Então, devo agradecer por você ter ajudado com que eu me encontrasse e entendesse o motivo de todas estas palavras? Agradeço, sim! Compreendo também os que tanto cismam em dizer que Deus não coloca as pessoas em nossas vidas por acaso, que nossos caminhos não se cruzam por casualidades, que há mais coisas entre o céu e a terra que possamos supor. É verdadeiro! Que haja em mim o poder de cada uma destas palavras, pois agora creio. Consigo ver através de vocês dois o que era “eu” e inda sou, fui o tempo inteiro e nunca pude "exercer" realmente. Agora eu serei exatamente aquilo que Deus quer para mim. Posso tocar o mínimo mistério das coisas e do que sempre desejei. Quase vim aqui dizer o que pensava sobre você. Falar do seu sorriso e do seu olhar, que cheguei a prescindir nas primeiras linhas. Mas findo tudo aqui e neste mundo, falando de mim. Sou um tempo infinito num espaço muito finito para acontecer, assim, naturalmente. Por isso, vocês. Por isso “eu”. Não são as suas almas cheias de contornos femininos! É a minha a nascente masculinidade com que seus olhares, tão profundos e nada óbvios, conseguiram penetrar. Embora dele eu tenha a alma e de você, o corpo. Ele , talvez, tenha ou ainda possa ter, me amado espiritualmente. Enquanto você e eu tivemos um ao outro em carne e nada mais. Eis insípido o elo que rompeu os segredos. Alma (Ele) e carne (você). Corpo (você) e sentimentos (Ele). Muitos anjos em um só, muitas almas em corpos desconexos. O precipitar da vida e da morte. Dos oráculos e dos sinais divinos. Nada mais que as mãos de Deus agindo no universo!

domingo, 6 de janeiro de 2013

Às...



Ainda temo que não sejam suficientes os meus medos, para que, de certo, sem apego, eu me exercite no convívio dos nobres. Tenho me revelado triste. Com ou sem vantagens de uma esquizofrenia que constrange-me aos poucos.  Deito-me nua, sem freios de mentalidade incerta e amanheço, talvez, uma mulher menos amarga. Nua, digo assim sem pudores, pois é isso que faz de mim tão menos apreensiva e um tanto mais esperançosa de mim mesmo. Não aprendo a conviver com os pouco afetuosos. Menos doces, mais paisagens e um whisky ao final da madrugada. Certas madrugadas; não somente uma. Ando bebendo além do que me ensinaram, naquelas praças noturnas. E, de certa forma, ando isolando-me mais que os outros tão ociosos quanto. Preciso, ainda e de repente, dessas mesas de jogos. Compro vinhos e sândalo. Sem relevância. Que associação tão monstruosa e intempestiva! Digo a mim mesmo ao final dos dias. O perfume da embriaguez e o baque dos olores das noites...
Certo dia chovia enquanto eu conseguia, de mansinho, chorar. E chorando, assim sem um pranto caótico, eu pude sentir-me mais pura. Eram as lágrimas e o copo de whisky. Uma sonata de Chopin, ao fundo da sala, acompanhava-me enquanto meus olhos ardiam. Eu quase senti aquela estranha sensação de perda instantânea. Aquela reviravolta magra do estomago à procura de uma cadeia alimentar que possa organizar os dias e fazer-me sentir felina. Devoro sonhos, ainda. Não durmo por prazer. Antes fosse. A dor aguda acompanha o sono que só vem atrelado à essa depressão momentânea. Adormeço no medo e acordo aflita no grito. É, sem demora, esse grito preso dentro d’alma que vem dizer qual caminho seguir. Acabo por não seguir nenhum, ao menos, nem sigo. Estatizo-me para que a dor possa desaparecer magicamente. Em vão. Horas e horas em vão. Assombrada pelo passado e por algumas maneiras pouco convencionais de viver. E, novamente, a lagrima que cai e mistura-se à bebida etérea. Já que não fumo, bebo. E, a cada dia, bebo um pouco de mim mesma para saciar-me inteiramente. Já não gozo. O gôzo para mim é tão seco e pudico que não vale a pena. É como um verbete que eu busco sem encontrar respostas. Significado já não há. Houve um dia. Faz tempo.
Os jornais, não leio em busca de noticias e sim de um mistério que se encaixa em cada palavra e faz-me ser unificada ao corpo do ensejo. Àquela magistral maneira de transbordar orações sem nexo, algumas palavras sem sentido à procura do vazio contextual. Todo contexto é vazio. De certo, imagino quando leio alcoolizada. Imagino as letras passarem sonambulas e mortas. Nem as consigo enxergar ao final das noites. Elas não se encaixam mais em mim. Fui letra e agora sou corpo ôco da escapatória de ser. Ainda sou. Talvez, mais tarde, nem eu mesma saiba como continuar sendo. Leio por desgosto e não por prazer. Prazer eu teria se a semana de arte moderna pudesse ser inédita nos anos atuais. Mas a magistratura perdeu a glória. A palavra perdeu o encanto. As  luzes apagaram-se no vazio da forma simples do corpo verborrágico. E eis que, de repente, mesclando-me a este vazio meio frustrante, eu existo num vulto de tempo. É quase uma persuasão. Um mistério inexplicável. O copo de whisky ainda pela metade me chama, mas já não enamoro-me dele. Quero o verbo claro para a cópula involuntária. A palavra é AMAR. É quase esta e nenhuma outra que fez-me enxergar estes devaneios pouco sumptuosos. Amar já foi e não mais será. E, seria, talvez, se houvesse mais gelo ao meu meio copo. À minha meia taça de paciência. Seria AMAR, quem sabe, o ar para esta bolha nitidamente murcha. É a palavra que não morre no tempo. Mas o sentimento que extravasa no alheio. Este pouco afeto desesperado de quem ama para cegar aos outros. Nem sei mais qual a medida do meu copo. À mesma medida deponho a este estranho sentimento palavreado. Amor no pretérito incerto por demasiado.
Bebo a metade que sobra do tempo e já não amo. Declaro-me lúcida somente por instinto. E preencho o mesmo tempo com as palavras que em que já não creio. Somente ergo-me, conseguindo percorrer o caminho acinzentado até a cama, quando o amor passa a tomar-me por excesso. E a dose finda-se. No copo e no gargalo estreito. Faço desta estreiteza a minha direção e amanheço, noutro dia, com a ressaca impregnada da palavra Amor. Amar é o vício que alimenta a dor de ser. Ainda. Ainda bem que há a conjugação. Ainda bem que há a palavra. O sentimento, não mais!

sábado, 22 de dezembro de 2012

Mentiras...


Não é preciso motivo maior que estes à nossa frente... Não é preciso nenhum sonho maior ou melhor... É urgente viver. Esqueça que eu pedi a perfeição da triste realidade das verdades... O mundo é feito de fantasia e ilusão... Contra os outros autores, prefiro sonhar as mentiras... Porque a realidade mais verdadeira é aquela que menos desejamos... A morte! E, que não seja segredo, eu prefiro VIDA!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Do que você me faz sentir...



                                                                                          à alguém muito ESPECIAL!

Eu não conhecia o ódio...
este sentimento que vai queimando alma e corpo
maior que nenhum outro
e impaciente, lento... queima aos poucos...
chorava  saudades, vontades,  caprichos...
mas logo passava e era eu novamente a lidar comigo
hoje, sou outra e disso tenho medo...
este sentimento que transforma água pura em veneno
que causou quedas e quedas de anjos
que Hitler expressou em seu podium de arbitrariedades
este sentimento que Deus nunca provou
que faz com que sangue escorra, todos os dias
que cala a alma e coração...
é sentimento de ninguém e para ninguém desejar sentir...
é chegar no mais escuro dos infernos humanos...
morrer vagarosamente num ápice de batimentos cardíacos
no auge do suor mais frio
na efemeridade do golpe da morte...
é vestir preto e caminhar trevas de pensamentos e sonhos...
e neles deixar de ser humano
e ser monstro
e calar o sangue corrente por um segundo,
amargo... amargo...
amarga também esta necessidade de matar ou morrer...
e para este alguém que mostrou-me tal sentimento
eu desejo a luz
a luz que, talvez, não poderei ver...
a luz que emerge das mãos de Deus...
a luz do que um dia fui eu e não voltarei a ser...
graças a você!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Resposta...


Eu não insistiria em amar alguém ou algo além do que eu poderia...
eu não poderia sofrer mais que ando sofrendo por estes últimos 365 dias...
eu não imploraria amor de alguém que sequer deseja-me próxima...
eu aprendi que amor só é amor quando faz sofrer?
está errado!
nunca precisei de ninguém para voltar a caminhar e ganhar na vida...
entendo que meu amor é múltiplo mas simplificado...
aguento pelo tanto que é imenso e impoderável...
mas resisto e não vou perder mais uma guerra contra mim mesma...
mas preciso porém não me humilharei para alguém sequer por mais que há de doer...
haja o que houver...
a resposta é NÃO e nenhuma outra sequer...
ninguém mais pisará em meu coração e sequer eu mesma poderei desonrá-lo...
por mais que as veias trafeguem rios de sangue e meu coração grite por aquilo que é inevitável...
por mais que eu saia de mim, por instantes...
a resposta é NÃO!
Nunca mais...
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" Se você me perguntar se ainda é seu,
todo meu amor, eu sei que eu
certamente vou dizer que sim...
Mas, já depois de tanta solidão,
do fundo do meu coração
NÃO volte nunca mais pra mim..."

(Erasmo Carlos)
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sábado, 29 de setembro de 2012

Uma forma de prece! (Para todos... em todos os seus dias...)




Quando amanhecer eu me levantarei
Caminharei, cada segundo, a um futuro que não prevejo...
Pois se assim fosse e esse dom eu tivesse
Teria evitado tantas lágrimas e tantos enganos
Todos os caminhos tortuosos e errôneos...
E, agora, reergo-me com uma força que não sei de onde vem
Creio que, depois de tudo, Deus ainda me tem amor e,  talvez, compaixão...
Eu tento fugir de tudo que possa impedir meu percurso
Quero ter fotos, músicas e boas lembranças até meus últimos dias...
Cada dia, um novo dia e aqueles que ficaram para trás, selados estão
Não há como apagar, assim como não há como impedir que, um dia, algo ou alguém que está ao seu lado vá embora para nunca mais voltar...
Não há como fugir da vida e quando há,  por meios imperdoáveis, é para os covardes...
Assim  como nunca poderemos, num dia qualquer, fugir do fim...
Então, ao findar de cada dia, olharei para o céu e agradecerei a Deus por ainda estar conosco...
Comigo, com aqueles quem amo, com os desconhecidos, com os muitos distantes...
Deus, sempre, esteve ao nosso lado e nunca podemos percebê-Lo...
Estávamos e estamos todos os momentos ocupados demais com nós mesmos...
Mas para aqueles que creem, ainda há como senti-lo...
E há como segurar em Suas mãos nos momentos de alegria e, essencialmente, nos de dor imensa...
Ele sempre estará... se por acaso não estiver, fomos nós que nos afastamos... Não Ele!
Ele ainda espera e, quem sabe, nos esperará para sempre...
Quando amanhecer eu me levantarei e farei preces aos meus desafetos,
Tentarei, cada segundo a mais, perdoar e esquecer aquilo que precisa ser perdoado e o que, provavelmente, deve ser esquecido...
Tudo que passou deixou e deixará só as boas lembranças...
Para que eu possa construir com amor tudo aquilo que ainda quero viver...
E espero, ao mesmo amanhecer, ser perdoada também...
Esta é a verdadeira forma de tentar ser feliz...
No revelar de cada amanhecer...
Nos fortalecendo nos braços de Deus...
E em nosso Amor por Ele e por tudo que Ele nos dá...
Não há outro caminho e se houver, não ouso arriscá-lo,
não mais...
Vamos em frente, então... 
Enxugando as lágrimas e, mesmo no ermo da dor, tentando sorrir...
Porque, afinal, não há tempo a ser perdido!

Ana Beatriz Figueiredo Mota - 29 de setembro de 2012 - 16:59

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Quando se ama só...

"E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim."



Amanheci pensando que era amor
E em nada mais eu me dava conta de que pudesse não ser...
Amei em silêncio, dias e noites e
Me propunha a um pacto...
Se realmente fosse amor, que Deus colocasse um dedo!
Estranho, mas relevante...
Não pensei que Deus, a esta altura do padecer de sentimentos,
Virasse-me as costas...
E percebi que, cada segundo a mais, Deus não colocava um dedo sequer
Mas teimosa e subversiva, continuei amando sem proposições nem lógica...
Algo dentro de mim sabia que não duraria tal intento...
A imaturidade de amores que chegam cegos e profanos
Já decrépitos, mesmo ainda sendo jovens...
Mas o amor corroia meu coração e embrutecia os meus dias e a minh’alma
Percebia, percebiam... todos, que não era amor, era uma doença desejada...
Amores doentios e seus pesares tão tardiamente pesarosos...
Um brinquedo que a criança excita-se no primeiro dia e depois esquece num canto...
E inda, um pouquinho do que restou, eu teimava em chamar de amor...
Os amigos diziam, os inimigos bradavam
“Não, não é amor”
Porque para se amar
Ou ama-te a ti mesmo
Ou dois corpos, mútuos, segregam a dádiva...
No meu caso, descobri,
(Fingindo que já não sabia desde o início):
Amei sozinha o tempo inteiro
 e amando-se só, nunca pode ser realmente amor...
Revelei-me, frente ao espelho, e propus outro pacto:
De hoje em diante, se me amam ou se não me amam
EU ME AMAREI acima de tudo
E com isto posso conquistar o mundo e quantos amores (verdadeiros) vierem!
Não com um dedo de Deus, 
mas nas palmas de Suas mãos!


domingo, 23 de setembro de 2012

Palavra...





tua palavra cala meu verbo
e silencia meu ego 
a palavra crua estampada na carne
a palavra já dita 
tua loucura 
tua súplica 
em meus cadernos
tua palavra 
céu e inferno
audácia, culpa 
ser verbal com único gesto
e tua palavra deslizando o meu sexo
sinuosa curva do paraíso
tua palavra é meu grito
pa-la-vre-an-do o excesso
a palavra numa bocarra doce
tua...
qualquer que fosse

de amor e d'outros medos
num instante
tua palavra é meu maior segredo!