quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O que é o fim?




Apenas cansei de perdoar...
não quero procurar mais essência em todas as coisas
Não mais desejar a felicidade sem sustento
E, por isso, não choro mais
Não me animo mais com estas coisas vãs que a vida traz
Porque, logo depois, as leva de volta
E tudo torna-se nada, nada, nada...
Eu poderia falar da morte...
Mas creio que a morte não é mais amargo
Que perder em vida...
Que ver alguém partir ainda inteiro e quente
E dobrar a esquina sem nem sequer dizer adeus...
A morte nem seria suficiente,
À viuvez, aos dias de luto, ao mármore frio
Se a vida, em si, já não trouxesse todos estes martírios
Ser viúva de marido vivo,
Me enlutar pela perda d’um falso amigo,
Descer ao mármore gélido do coração dos ingratos...
Toda vida é mais descarada e nefasta que a morte...
Tenho medo de viver, de aprender a viver essencialmente
E passar a me contentar com pouco
E tornar-me um zumbi de Deus
Por trás d’um coração doentio e solitário...
A morte seria mais íntegra e decente...
A morte não é, nunca foi mais dolorosa que esta vida de merda!


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