quarta-feira, 28 de julho de 2010

o dia do fim do (meu) mundo

que puta sossego!
repudio o sossêgo!
odeio silêncio!
o silêncio farto dos domingos.
é sempre a mesma janela
o mesmo vento entrando sorridente
sem os dentes da frente,
atravessando as grades
atravessando as frestas
cortando a alma angustiada.
as ruas, as pessoas, os postes
sumiram
foram engolidos
mascarados
meu desejo, humilhado
domingo não é dia de gente!
é o pobre insone tempo
massacre dos ociosos
tumba dos trabalhadores
impertinência dos infantes...
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na segunda
as ruas, as pessoas, os postes
são regurgitados !
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odeio domingo e pronto!

Um comentário:

  1. Li todos... não sabia que você tinha um blog. =]
    adorei esse texto do domingo, td que eu tb sinto.
    O texto do outono me ganhou... principalmente quando diz que as folhas mortas somem em redemoinho te lembrando: nada é pleno ou total!

    Gostei muito...fã nato agora.

    Beijos prima. Amo vc.

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