quinta-feira, 26 de agosto de 2010

epitáfio I - pedido



um gosto horrível, amargo de sangue vertendo à boca
um sangue negro que sobe do peito e exala medo
meus derradeiros medos
alguns sóbrios
outros embriagados de dor...
latente,
sufocante
gota a gota cai ao lençol
a maculada culpa
a única que não será expiada!
teu nome rabiscado à cabeceira da cama e um grito preso na garganta
teus gestos ponderados, teu beijo quente
amordaçados, atados em meu corpo para sempre!
vem ou volto para ti
sem perguntar porém...
ou deito-me e entrego-me à precoce e doce morte
neste instante lúgubre, onde morrem alma, coração, desejos
onde morro, a cada instante, sem tuas mãos a contornar as minhas
e sem teu sexo a completar minhas curvas...
nada mais existe!
só minha morte inconstante e solitária

Nenhum comentário:

Postar um comentário